quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

Notícias da Estrada (21/11 a 22/11)

Ciclovida escreveu, um pouco atrasado :)

21/11/2006 terça feira – acordamos tarde para tirar o acumulo do cansaço de 25 kg de medo da noite anterior. Às 9 horas foi a troca de sementes, várias pessoas chegavam com sementes outras que não tinham vinham na busca de alguma para quando conquistar a terra plantar a sementes naturais. À tarde conversamos com alguns acampados e escutamos o relato de um atentado que sofreram há 4 dias atrás esse mesmo acampamento estava na fazenda Abrumados, dia 12/11/2006, domingo a noite, apareceu um fogo cercando todo o acampamento, todo o pessoal do acampamento saiu na tentativa de apagar, mas encontrando muita dificuldade, avisaram aos bombeiros que também não poderão vir pois estavam apagando um outro incêndio que apareceu misteriosamente o que leva a suspeitar da intenção criminosa desses incêndio. Quando os bombeiros vieram chegar já era madrugada e sem ter material para apagar o fogo e o povo tentava salvar o gado da fazenda. Esta fazenda estava em negociação com o Incra desde janeiro. Suspeita-se que alguém tenha soltado o gado propositadamente para serem atingido pelo fogo e a culpa recair sobre os acampados para facilitar a remoção ou despejo do acampamento e assim o povo foi despejado e hoje se encontra ali na Barrinha. Tornamo-nos ali, amigos de todos aqueles companheiros, que em nome de todos os outros, os citamos aqui estes: Francisco e Maria, e filhos e netos, que são: Amaurílio Moisés (faz curso de técnica agrícola na Escola Paulo de Sousa em Martinópolis), Yara Cristina, Grezielle Regina (também faz o mesmo curso junto com o pai), Francielle Jasmim e Drielle Francisca. Tem também a família do filho mais velho de Francisco e Maria: Lucas Emanuel, sua família: Elaine Cristina, Jéssica Eliza e André Francisco. Alem, tinhas os companheiros: Lega o coordenador, Cicinato e Rosecley com seus filhos Daniel, Miriam e Daniele; o Cicinato nos deu um facão e uma lanterna, nos deixando equipados para acampar. Pela tarde fomos tentar tirar argila medicinal e pegar bambus para fazermos barracas. Recebemos sementes de guandu branco grande, fava branca, milho pipoca branco, maracujá melão, de seu Valério e dona Enerdina. Recebemos de dona Maria dos Santos, uma castanha de indaiaçu e milho canjica.

22/11/2006 quarta feira – dali partimos sentido Mirante do Paraná Panema, passamos em Indiana, e Regente Feijó, logo parou um carro pampa e perguntou para onde íamos e após nosso ouvir nos ofereceu carona ate Anhumas (este homem era de uma pastoral social e assistência aos migrantes). Chegando, agradecemos a carona e paramos na frente para pedir água, ali tinha um caminhão carregando de tabuas, depois de saber de nosso destino, o motorista falou que nos daria uma carona se fosse a noite para driblar a policia rodoviária. Pedimos-lhe informação sobre um acampamento à frente e esse nos informou, agradecemos a boa intenção e prosseguimos. Antes de atravessarmos toda a cidade, o dito caminhão parou e nos deu a carona até o acampamento Vitória II, em frente ao Assentamento Santo Antonio II, entrada de Nova Pátria, município de Presidente Bernardes. Ali no acampamento nos identificamos para os companheiros e companheiras, falamos das referências de nomes que nos foram dados pelos acampados de Martinópolis, que era Moura e Frangão depois de um bom tempo nos convidaram para entrar, e logo sugerimos uma conversa com os acampados sobre a atividade que fazemos. Tivemos uma conversa rápida, mas dando para expor basicamente nossos objetivos. Conhecemos a companheira Fátima, mulher guerreira e forte, que encara de cabeça erguida os estigmas impostos aos portadores do vírus HIV (ela e seu companheiro são portadores há 20 anos), embora não tenha se desenvolvido os sintomas da AIDS. Estes estão acampados e não dão sinais de fraqueza ou desânimo.

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