domingo, 6 de maio de 2007

Dia 24 de abril

Saimos logo cedo e quando andamos 5 km de subidas, paramos para merendar e notamos que tinhamos esqueÇido uma pochete com uns oculos coletivos e algum dinheiro, resolvemos seguir adiante e saindo da cidade a bicicleta da Lia quebra o cubo. Voltamos empurrando as bicicletas de volta pra cidade procurando uma bicicletaria. Seguimos viagem até um posto de gasolina, 30 km antes da entrada para o assentamento. Encontramos um trexeiro que ia à pé para Franca. Decidimos seguir sem fazer almoço. Entramos por canaviais e grandes usinas. O pneu do Inácio furou depois de subir o alto do rio Sapucaí e nós tivemos que andar uns 5 km, onde procurávamos pelo assentamento tendo como referência Pedro Xapuri. Essa referência foi dada no assentamento de Ribeirão Verde e que ele era companheiro de luta de Chico Mendes. Chegando no início do assentamento onde ficava o MLST encontramos com Pedro e Cláudio que nos orientou pra agro-vila onde fica o MST. Ajeitamos as bicicletas e caminhamos para lá. Eram mais de 3 horas, estávamos com muita fome, sede e cansaço. Quando decidimos para numa casa para fazer um jogo de pedir informação para ver se conseguíamos alimento. A companheira Tereza não teve dificuldade de ver nas nossas caras o quanto estávamos abatidos. E logo nos ofereceu água e pediu para que sentássemos. Trouxe uma bacia de biscoitos, depois outra de maça e mamão cortados e outra de laranjas lima. Devoramos tudo e nos recuperamos. Depois de tudo isso foi que seu companheiro Aparecido e sua filha Priscila começaram a contar as suas vivências e histórias de vida. A relação que eles tinham com a terra nos chamou a atenção e de como eles procuravam viver do que produzem na terra numa relação ecológica de não agressão ao meio e aos seres em geral. Essa relação surge de um princípio filosófico de ”cultura racional” e elementos espiritualistas. Um exemplo disto foi a panela com mamona que estava no fogo quando chegamos, para a extração do óleo para fins domésticos. Outra cena que nos chamou a atenção foram duas crianças, de 3 e 7 anos que tinham uma plantinha para aguar e cuidar cada uma. Escutamos a maior dizendo para a menor: “Você precisa aguar sua plantinha senão não terá o que comer! Eu já cuidei da minha hoje!” Dali saímos para o Centro Comunitário com a promessa de voltar naquela família atípica no dia seguinte.

No Centro Comunitário havia uma pequena padaria, salas de aulas, sala de capoeira e estavam ainda reformando outras salas.

À noite fizemos uma apresentação do Ciclovida em uma reunião com os moradores da vila e depois teve uma roda de viola com pai e filhos que cantavam e tocavam muito bem.

Depois fomos para a casa do Pedro e ele nos mostrou suas variedades de abóboras e também contou sua relação política com Chico Mendes.

USINA DE CANA





SUBINDO LADEIRA


ABÓBORAS DE PEDRO XAPURI

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