Narrado pelo Ciclovida:
Décima primeira parada – 29/05/06, Domingo - São Luiz de Ibaretama. Meio dia. Localizamos a casa de Izinha e Valdeneide através de um telefonema para Joana em Quixadá. Essas são companheiras de outras épocas e amigas de Joana, Inácio e Ivânia. Com elas falamos do Ciclovida. Izinha nos ofertou um pimentão maduro de sua própria lavra, dizendo ser natural, que havia recebido de um amigo da serra, que plantava desta semente há anos. Será esta a primeira semente natural? Vamos testá-la! Depois de almoçarmos rumamos à Quixadá, eram 14 horas do domingo, dia 29/05/2006.
Décima segunda parada – 29/05/06, Domingo - Quixadá, as cinco horas da tarde entramos em Quixadá e logo encontramos, na entrada da cidade, jovens perto do Liceu praticando pulos mortais e ciclismo numa bicicleta de causar admiração, esta tinha dobradiças sem travas que necessitava de muita habilidade para se andar nela, porque fica se jogando para os dois lados e hora os pneu estavam andando em paralelos, nos enturmamos um pouco com eles e partimos para acabar de chegar na casa da Joana.
Chegando na casa dela, encontramos além do pessoal de casa: Joana, Daiana, Felipe, Dona Maria, e o companheiro Danúbio e Ivânia e o Camilo que se juntarão ao ciclovida na estrada (que são também ciclovida), Margarida, filha de Inácio e seu namorado, o João Paulo, que fazem parte do Acarape também nos tem dado apoio significativo nesta jornada. Estas pessoas tem sido de grande importância para a construção do Ciclovida, articulando debates, nos acompanhando, e principalmente no envolvimento com suas realidades como eles fazem.
O pessoal de Quixadá: Joana e sua filha Daiana, o jovem companheiro Danúbio, as pessoas que compõem a diretoria do Sindicato dos Servidores Públicos (Graça, Luciene, Alexandre...) estiveram conosco sempre desde as primeiras vezes que estivemos em Quixadá falando do Ciclovida, programaram até campanha de finanças para viabilizar o projeto, juntamente com companheiros jovens estudantes da Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central – FECLESC em Quixadá: Marquinhos e Marcondes e professores como o Edisom, entre outros. Os jovens Belchior e Rute e o companheiro Osvaldo deram apoio irrestrito, divulgando a atividade realizando com os integrantes do ciclovida: entrevistas, filmagens etc. O SINDSEP além do mais publicou o livreto de Literatura de Cordel, "O Processo de Cura Natural ou O Nascimento da Cura no Pacto com a Natureza", de autoria de Inácio do Ciclovida, nos oferecendo uma edição de 500 cordéis, que serão vendidos para dar suporte financeiro para a viagem. Nós, do Ciclovida, levamos no coração todos que estão solidários com esta caminhada e que só a Natureza, poderá agradecer a todos nós, quando perceber os efeitos das nossas ações se ainda chegarem a tempo.
Em Quixadá, o ciclovida reuniu-se mais uma vez para discutir encaminhamentos relacionados com nossa atuação política na estrada. Como havia entre nós companheiros que defendiam que o ciclovida deveria realizar ações de militante, como protestos, pichações, etc. tivemos que discutir o assunto, decidiu-se que:
1- o Ciclovida não tem centralismo e não é uma organização de militantes e sim uma atitude voluntária de pessoas que unificaram sua afinidades no objetivo de fazer um levantamento e resgate, das sementes naturais (crioulas ou caboclas) de bicicleta pelo Brasil e além fronteiras;
2- quaisquer decisões serão tomadas por consenso;
3- com relação as eleições o ciclovida vai ignorar total;
4- enquanto movimento social, no momento nos limitamos a discutir e a partilhar nossas preocupações com indivíduos e coletivos interessados e/ou que venham a se interessar pelo assunto, no campo e na cidade que é o levantamento das sementes, sua coleta e incentivo a sua distribuição através da troca entre plantadores, sua preservação e discussão sobre a Nova Relação com a Terra, numa campanha contra a modificação genética dos vegetais pela indústria do agro-negócio, o patenteamento dos seres, contra as sementes TERMINATOR (suicidas), por um mundo livre de queimadas e de transgênicos;
5- outra coisa é que, quem fizer ação isolada sem discussão interna não pode envolver o grupo.
Em Quixadá foram realizados dois debates: um pela manhã do dia 31/05/06, terça-feira, e outro pela noite do mesmo dia na FECLESC, sobre as atividades do ciclovida, enfocando temas diversos, além das sementes, mas imanentes à questão, como: reforma agrária, movimentos sociais, mercadoria e educação na reforma agrária. Dia 01/06/06, foi passado o documentário, A CARNE É FRACA na sede do Sindicato dos Servidores Públicos de Quixadá – SINDSEP, onde assistimos com a diretoria do Sindicato.
Décima primeira parada – 29/05/06. Às Uruquê, chegamos na Churrascaria de um senhora chamada Fátima, que a pedido de Bartira permitiu que fizéssemos um cuscuz de massa de milho, que logo após comermos feito farofa, saímos...
Um comentário:
vale ressaltar q ao ignorar total as eleições,quer dizer não dar importância nenhuma as eleições, pois fazendo campanha de voto nulo, ainda estamos entrando no processo eleitoral, ainda estamos o alimentando. A luta é bem maior q isto; de q vale fazer uma campanha tão próxima as eleições, quando pouco se trabalha esta questão no cotidiano? A luta deve ir além, no dia a dia e não ser ligada a datas de processos capitalistas,desta forma acabam por se limitarem a lutas oportunistas e reivindicatórias...se acreditamos, vamos mostrar na nossa vida.
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