quinta-feira, 12 de abril de 2007

Notícias da estrada (24/03 a 01/04)

24/03/2007

Levantamos cedo, o padre nos ofereceu merenda. Arrumamos as coisas e deixamos as sementes de alface do Lucas, com senhora da limpeza, merendamos e seguimos viagem. Depois de 15 km compramos uns pães para comer. Mas uns 20 km encontramos água e sombra e fizemos o almoço, Inácio e Jorge ainda dormiram um pouco, o tempo se anunciava chuva e saímos às pressas. Ainda na cidade demos um parada na calçada para rever o mapa e conversar um pouco, continuando a viagem e dentro de 15 km o pneu furou, então paramos em um posto e fomos remendá-lo, e também nos preparamos para dormir.

25/03/2007

Acordamos cedo, ajeitamos as bicicletas e quando estávamos saindo um caminhoneiro nos deu uma lata de leite em pó. Andamos uns 20km onde merendamos pão café e leite. andamos mais uns 15 km paramos um pouco em um posto e mais na frente encontramos um rio, onde fizemos almoço com um jerimum que encontramos na estrada, lavamos as roupas e tomamos banho. Seguimos numa descida de serra muito perigosa, sem acostamento. Chegamos já noite numa vila rural e dormimos numa parada de ônibus na descida da serra, depois sentimos o perigo pois os caminhões passavam em alta velocidade e não tinha intervalo nenhum minuto...Muito barulho!

26/03/2007

Saímos, andamos uns 10km, mas antes conversamos com um agricultor de 70 anos que contou sua história e falamos do nosso projeto. E ali na vila, no pé da serra ele disse que ainda faz plantações sem veneno: macaxeira, verduras, banana e milho. Paramos na cidade de Cajati, fomos ver os emeios, merendamos e saímos dali umas 11 horas. O sol estava muito quente e paramos em um posto para telefonar para os meninos e descansar um pouco, comemos um resto de biscoito com leite e café. Quando um caminhoneiro, meio sem jeito, nos oferece 13 reais, bebemos bastante água e seguimos. Neste dia a estrada era boa. Umas 3:00 horas paramos para encher as garrafas numa parada que vendia orquídeas, a vendedora não ficou alegre com a “clientela”, mas desconfiada.
Pedalamos ate umas 5:00 horas e paramos numa cidadezinha chamada Juquiar. Andamos muito para encontrar comida, mais uma vez comemos pão pois não havia outra coisa. Já estava anoitecendo quando vimos uma borracharia e pedimos para dormimos ali, não fomos aceitos e logo a 3 km encontramos um posto. Fizemos uma janta gostosa e dormimos bem na varanda de um bar abandonado.

27/03/2007

Merendamos antes de sairmos, conversamos um pouco, fumamos um pé-duro e saímos à pedaladas. Dentro de uns 40 km o sol estava muito quente, paramos em um posto de gasolina em Miracatu, onde telefonamos, e almoçamos o resto do pão, regado à bastante água. Encaramos subir os 30 km da serra, exatamente à 1:00 da tarde, o tempo continuava abrasador. Andamos 2 km e ficamos muito cansados...Não era autopista e os carros passavam tirando fino da gente, encontramos uma bica d’água gelada, o que fez a gente agüentar a pedalada. Com mais uns 7 km encontramos um restaurante, decidimos pedir comida pois já eram umas 5 horas e não havíamos almoçado. Contamos para o gerente nossa situação e ele encheu as nossas panelas e pedimos para não colocar carne. Comemos na frente de um altar religioso, olhando uma propaganda irônica de macarronada que estava na caçamba de um caminhão parado. Continuamos a subida e já era quase noite. Encontramos um mendigo numa parada de ônibus na beira da estrada com os sapatos furados e um cobertor felpudo. Seguimos empurrando as bicicletas mais uns 3 km e chegamos à cidade de Juquitiba. Jantamos uma melancia e dormimos em uma borracharia.

28/03/2007

Acordamos umas 6 horas, estava muito frio e a barraca molhada de orvalho, fomos enxugá-la e secar no sol que já raiava, o que demorou um pouco a nossa saída, no caminho percebemos que ainda se tinha muita estrada para subir, ainda podemos ver alguns restos de floresta, mas a medida que vamos se aproximando da cidade , ou melhor da capital, elas vão tomando outra forma dando lugar a selva de pedra, amontoado de casas e concreto, poluição e rios mortos. Seguimos sempre a BR116, chegamos ao grande túnel, um frio na barriga nos abateu, não tinha nem um palmo de acostamento, entramos mesmo assim, não se via pessoas, só carros, caminhões e motos, um barulho misturado com o ventilador gigante do túnel. Procuramos se acalmar para não perder o controle, isso já passava das 16horas e estávamos na entrada da cidade, seguimos pedalando, hora pressionado pelos ônibus, hora pela fileira de carros. Milhares... Paramos finalmente perto da parca da sé, pois já eram umas 9 horas da noite e não havíamos comida nada, há! Antes encontramos um casal de Alagoanos dormindo num viaduto, ele Antonio e esposa vieram a dois anos de lá, e mesmo tendo profissão definida,como caminhoneiro, mestre de obras, esta desempregado e não tem dinheiro para voltar, e dizia enfaticamente que nos tínhamos muita coragem de ter vindo bicicleta, nos dizemos que coragem tinham eles de ficar ali em baixo da ponte, seguimos após nos despedimos e conversados sobre alternativas, logo a frente subimos umas ladeiras e atravessamos a praça da Sé, a avenida radial leste, muito mais movimentada do que todas as outras, se tropeçássemos qualquer coisa seria fatal, a paranóia urbana estava reviravoltante, o Jorge fica meio calado, ele propõe que gente vá dormir numa pensão baratinha, os outros companheiros acharam que que era melhor chegarmos naquela noite, pois ficar em pensão não era ia resolver o problema no dia seguinte, ele concordou , acho que andamos uns 25 quilômetros de sufoco, as 12 horas chegamos na casa do Carlos e Deusane, que maravilha, casa de companheiros aconchegantes, fomos dormir depois de beber umas cervejas.

Dia 29/03/2007

Acordamos tarde a vista dos outros dias muito cansados ainda passamos o dia em casa, olhando os emails, fizemos comida e ficamos a conversar com Carlos e a ouvir suas belas musicas que nos anima a seguir a combativos. Fomos dormir tarde.

30/03/2007

Carlos e Jorge foram montar um banca na greve dos professores, Deusane ficou com a gente 12:00, ficamos o dia todo eu e o Inácio a responder emails. A noite ficamos a conversar e fomos dormir tarde.

31/03/2007

Acordamos cedo e fomos todos para a atividade no município de Ferraz de Vasconcelos, articulado pelos companheiros Carlos e Deusiane, com jovens que faziam parte de um cursinho, que é uma atividade de educação popular. Tivemos uma manha de discussão sobre o projeto ciclo vida que envolvia a questão das sementes, como transgênicos em fim o patentiamento da vida. Fizemos almoço coletivo na casa da Regina. A noite fomos para um sarau em Diadema com vários companheiros antigos de Inácio e Ivania, ali passamos a noite e dormimos.

01/04/2007

De manha tivemos uma discussão sobre a problemática do campo e a sobrevivência das sementes crioulas, daí saiu a proposta de uma discussão mais ampla com vários grupos que ficou marcada para dia 5, quinta feira. Na sub-sede Apeoesp de Diadema.

4 comentários:

Anônimo disse...

Quem são carlos e jorge? São novos companheiros do Ciclovida?

Anônimo disse...

O JORGE, É O JORGE OTA? E ATÉ ONDE VÃO?

Anônimo disse...

Oi inácio e Ivanda...que bom ver a luta de vcs sempre continuando...o projeto é muito legal e nós desejamos toda sorte a vcs!!Qd vãoe star novamente no Ceará??Um grande abraço!!

[tabita] disse...

deusane? quem é?
será a minha professora de sociologia do ensino médio, que me deu aulas no infante - zona leste SP, e que eu não tenho mais encontrado?...
respondam, por favor!
grata.
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