domingo, 4 de junho de 2006

(Cordel) O Processo da Cura Natural ou o Nascimento da Cura no Pacto com a Natureza

AUTOR: Manual Inácio do Nascimento

Há uma prática elitista
Na medicina em geral
Inclusive a naturista
É um ramo comercial
Interesse nesse tema
Há em função do problema
Dos empregos, hoje em falta
Com bom retomo aos que usam
Muitos no ramo se cruzam
Com seus produtos em alta

Não está fora da política
A questão do naturismo
Em si ela é uma critica
De morte ao capitalismo
O fato de ser negado
O industrializado
Como algo que faz mal
O caráter de renúncia
Implica numa denúncia
Que condena o capital

Nada de bom se espera
De um sistema doentio
Se tudo que ele gera
Não desenvolve sadio
Qual será nossa saída
Pra reconquistar a vida
Se é o desenvolvimento
Que causa o Caos social?
Pela vida natural
Tem que surgir movimento

Num sistema naturista
Cada um é o seu doutor
Seu próprio especialista
É de se conhecedor
Conhecendo a anatomia
Buscando sua autonomia
Liberta-se do capital
Pros ares manda o chavão:
Que automedicação
É-lhe prejudicial

É necessária uma pausa
No vício do consumismo
Que da doença é uma causa
Assim como o egoísmo
Onde você seu lema
Em ninguém mais vê problema
Pois todos você os têm
Só você que fala e pensa
Só você que tem doença
Melhor nem pior ninguém

Hipócrates foi incisivo
Disse: quando alguém deseja
Sua saúde de é preciso
Ter certeza que ele esteja
Pronto a suprimir as causas
Daí podermos sem pausas
Contribuir pra curá-lo
E disse sem arrogância:
È só nessa circunstância
Que a gente pode ajudá-lo.

Pra conquistar a saúde
Tem que haver boa vontade
Que do egoísmo mude
Pra solidariedade
E que também o prazer
Não se reduza a comer
Coisas boas no lugar
Ponha na sua cabeça
E não somente obedeça
Aos vícios do paladar

Se você está ocioso
Tudo o que quer é comer
Só pensa em prato gostoso
Não enxerga outro afazer
Que pra preencher o tempo
Usa como passatempo
Programações de TV
Se o que mais tempo lhe traga
É Ana Maria Braga
Com receitas de “Bifê”

Tome logo uma atitude
Meu amigo e minha amiga
Porque da sua saúde
Ana Braga é inimiga
Pois o seu sedentarismo
Provoca-lhe um consumismo
Que o faz adoecer
Levante suas defesas
Integre-se à natureza
E busca nela prazer

Somos vitimas de um processo
Em meio ao fogo cruzado
De bomba é feito o progresso
È guerra pra todo lado
O lucro tem seu suporte
Na fabricação da morte
Com armas, desde as diretas
De destruição em massas
Até as que estão nas massas
Que fazem as nossas dietas

Há uma massa que alimenta
E outra que é alimentada
Com relação violenta
Entre ambas camuflada
Uma exposta em mercantis
Outra nos trabalhos vis
Uma está pra ser vendida
E a outra pra se vender
Uma precisa comer
E a outra de ser comida

Somos um povo doente
Porém hipnotizado
Compulsivo e dependente
Dos produtos do mercado
E consumidor em dias
De suas mercadorias
E por elas se consome
Desregulando a pressão
E trocando o coração
Pelos produtos que come

Puxa-se o tostão do bolso
Pra comprar refrigerante
E na hora do almoço
Toma-se líquido bastante
Come produto animal
Fazer isto se dá mal
Embora tenha certeza
Que está pondo em risco a vida
Fuma e se excede em bebida
Enfraquecendo a defesas

Se você quer viver bem
Deixe produto animal
É bom se lembrar também
De ingerir pouco sal
Menos cozido, não quente
Perceba o meio ambiente
Deixe o mau-humor e o medo
Quem só preza os próprios vícios
E não gosta de exercícios
Vive mal e morre cedo

A pessoa enfurecida
Com a menor contrariedade
Vive sempre aborrecida
Fúria é sua qualidade
Só se maldiz de penúrias
Sobre enfezamento e fúrias
Há no naturismo teses
Que dizem que raiva se herda
Do corpo cheio de merda
Pois se enfezar vem de fezes

No naturismo há uma frase
Que é digna de crença
“Que o sangue sujo é a base
De toda e qualquer doença”
Pois não terão eficácia
Nem remédios de farmácia
Nem do naturismo a cura
A alimentação errada
Com déficit e demasiada
Leva rápido à sepultura

Para a gente ter saúde
Tem que enfrentar desafios
O mercado nos ilude
Vendendo como sadios
Frango, carne e açúcar branco.
Precisamos lhe ser franco
Para que não adoeça
Enlatados, margarina...
Bolo e pão de massa fina
É melhor que a gente esqueça

Nosso intestino é comprido
Não cai bem sermos carnívoros
Ele é bem mais parecido
Com os dos animais frugívoros
Leite na alimentação
Só o da amamentação
Um ano, no máximo dois
Mas levedo de cerveja
Sempre que possível seja
Fibras de trigo e de arroz

É difícil a cura então
Sem que haja uma dieta
É só com alimentação
Que a terapia é completa
Frutas, legumes, verduras
Influem tanto nas curas
Mais que qualquer tratamento
Hipócrates porém dizia:
Que alimento é terapia
E terapia é alimento

Disse-nos Padre Renato
Que para curar pessoas
No mundo inteiro de fato
Não nos faltam plantas boas
Ele faz as divisões
E especifica funções
Na cura bioenergética
Pra um chá: uma antibiótica
( que ele chama pró-biótica)
Uma digestiva e uma diurética

Sua cura natural
Não pode deixar de ser
Uma opção pessoal
Por um modo de viver
Mas com a vivência ativa
De interação coletiva
Na ação de todos os dias
Num pacto com a natureza
Vai curar-se com certeza
Com as mais simples terapias:

Antibióticas são as planas:
O Confrei e a Bananeira,
Goiaba e a Espinheira Santa
Crista-de-galo e Mangueira
Também folha de Babosa,
Eucalipto e Cancerosa,
Sete Copas, Cipó Suma
Avelós, Penicilina,
Tem também Terramicina
E de Juá: folha e espuma.

Pro sistema digestivo
Em geral ervas amargas
Contra parasita vivo
Elas dão fortes descargas
Cordão-de-frade lhe ajuda
Mastruz, Artemísia, Arruda
Fedegoso, Quina e Boldo,
Marcela, Gervão. Guiné
Losna e Erva Macaé
È como passar um rodo

Para os rins: Abacateiro
Desta planta não se afaste
De Quebra-pedra rasteiro
E Quebra-pedra de haste
Chapéu-de-couro é papoco,
Lixeira e Fibra de côco,
Cana do Brejo, meu filho!
Carambola e Douradinha,
Vargem de Jucá, Cavalinha,
Salsa e Cabelo-de-milho,

Mororó, Pata-de-vaca,
Também Cana-de-macaco
Se a dor de urina ataca
Ponha no fogão um caco,
Ponha no caco semente
De melancia e esquente
Depois de torrá-las, pise
Cem sementes para um litro
De água, estando em grito
Vai resolver sua crise

Pra pressão alta; Alfavaca,
Cana-de-açúcar (calmantes),
Mulungu também “aplaca”,
Araticum e semelhantes,
Sabugueiro, Mil-em-rama
O chá de Alecrim tem fama
Cavalinha é especial
Guaraná em folha é uma
Como Pitanga e Guaxuma
Pra pressão arterial

Se sua pressão é baixa
Tome Alfafa e tome Arnica
Canela também se encaixa
Padre Renato é quem indica
Bolsa-de-pastor, Bardana
Figo Caseiro é bacana
Salvia, Salsa, Casca-de-anta
Tem planta que não se acaba!
Com Pita e Serralha Braba
A sua pressão levanta

Pra coração : Coloral
Cactos ou Mandacaru
Se seu coração vai mal
Chá das folhas do Chuchu,
Guaçatonga e Flor-da-noite
Alecrim é de açoite!
Oliveira e Girassol,
Cidreira e Chapéu-de-couro
Crista-de-galo é um estouro!
E Anis pra colesterol!

Pra ataque de epilepsia
Botar barro na cabeça
Á noite por quinze dias
Da Coronha não esqueça
Ou da Mucunã o pó
Da semente uma grama só
Num litro de água fervida
Salsa Parrilha e Limão,
Cebola, Alface, Agrião,
Alfavaca é garantida!

Água fresca pr’alegria,
Calêndula também acaba!
Olhos de Santa Luzia,
Chamada Trapoeraba´!
Faça a cura do limão
Coma melão e mamão
Pra levantar as defesas
O chá de cordão-de-frade
Catuaba meu compadre
Cipó milhomem é beleza!

Depurativas são plantas
Pata-de-vaca e bambu
Algodão caseiro homem!
Cavalinha é bom pra tu
Diuréticas em geral
Cipó-de-escada não é mal
Pé-de-galinha e Picão
Malvão também é beleza
Sete Sangrias certeza
Cipó-suma e Jalapão

Asma: Alfazema, Agrião...
Alho, Guaco e Hortelã.
Alfavaca e o Limão
(suco e folhas de manhã)
Sabugueiro e Capim -santo
O Gengibre e o Cardo-santo
Eucalipto se aconselha
E para pneumonia:
Laranja três vezes ao dia
Suco com mel de abelha

A vida surge da terra
Da terra compõe-se a vida
A vida no chão se enterra
Enterra-se o sêmen suicida
Do suicida sêmen surge
Surge do chão, chão que urge,
Urge em torná-lo embrião,
Embrião que se anima
Anima-se e rasga por cima
Por cima ha vida no chão

A terra é um alimento
Pra vida que dela vem
É um bom medicamento
É mãe de todos também
Vidas nela não se esgotam
É dela que as plantas brotam
Nela todos ser se cria
Seu uso medicinal
Para curar qualquer mal
Chama-se geoterapia

Para a geoterapia
A terra que se aconselha
É o barro de olaria
Que se faz tijolo ou telha
Ou ponha um pouco de força
Arranque o barro de louça
Pise com pó de carvão
E coloque no local
Ponha no lombo ventral
Pros males que seguirão.

Pra afta, amigdalite,
Pra asma e pra alergia,
Colite, azia e artrite,
Pra broncopneumonia,
Febre e ulcera estomacal,
Pra problema menstrual,
Urticária e verminose,
Pra fígado e pra coração,
Suor no pé e na mão,
Pra gengivite e artrose

Hemorragia uterina,
Mulher de idade ou garota
Para arrancar toxina
Estresse, flebite e gota...
Intestino intoxicado
Ou gasoduto tampado
Corrimento vaginal
Menstruação empancada
Barro e cebola ralada
Compressa lombo ventral

Difteria e enterite
Barro no lombo ventral
Pra estomatite e bronquite
No mesmo lombo, é igual...
Também para diabete
Argila no lombo mete
Juntado cebola com ela
Tome num copo de vidro
Um barrinho diluído
Com suco de berinjela

Pra abscessos se aconselha
No local, malva com argila,
Babosa com mel de abelha,
Acrescenta camomila
Se estiver conjuntivite
Barro morno pra nefrite
Nos rins com cebola. Enfim,
Barro morno no pulmão
Com linhaça e no coração
Barro morno com alecrim

Acne, doenças de pele:
Banho de argila com arnica
Também a eczema expele
E limpa sua pele fica
Eucalipto e linhaça,
O óleo desses se passa
Com argila todo dia
Serve pra asma sair
Nas estrofes a seguir
Trato da hidroterapia

Há na hidroterapia
O escalda-pés alternado
Água quente e água fria
Fique num banco sentado
Com água fria num balde,
Noutro a quente (que não escalde)
Ponha e tire os pés,então,
Quatro minutos na quente
Na fria um é suficiente
Três vezes para circulação

Tomar água fresca e pura
Vale como medicina
Existe também a cura
Com a ingestão da urina
É por muito conhecida
Como a água da vida
Em muitos interiores
Pra ferimento e barriga
Seu uso é uma prática antiga
De muitos trabalhadores

A urinoterapia
É porém um meio a mais
Que o seu próprio corpo cria
Para as curas naturais
Do pâncreas sai a insulina
Dos rins, sua prima a urina
Com uma função parecida
Ambas não podem ser ruins
Tanto o pâncreas como os rins
Produzem o líquido da vida

A urinoterapia
Serve pra qualquer problema
Pra AIDS tem serventia
Pra ulcera, câncer eczema
Pra asma e tuberculoses
Pneumonia e micoses,
Baço, pâncreas, sinusite
Vesícula. fígado, intestino
Tanto o grosso como o fino
Cérebro, ouvido e nefrite

A urina é afrodisíaca
Toda vez que você bebe
Sensação paradisíaca
Logo a pessoa percebe
Desde que naquela ação
Tenha dose de paixão
Mas tomar de má vontade
Como se toma um remédio
Dominado pelo tédio
É uma infelicidade

Quando a gente se acostuma
Com a urina sendo bebida
Inquieta-se ao dar uma
Urinadinha perdida
Esta água preciosa
Que alguns acham sebosa
Você pode achar tão boa
Ela cura qualquer dor
É como um caso de amor
Com sua própria pessoa

A urinoterapia
Não tem contra indicação
Seja noite ou seja dia
Antes de uma refeição
Pode ser também depois
Até mesmo um copo ou dois
Quem manda é sua consciência
Naquele exato momento
Não precisa acanhamento
Nem amarras de prudência

A saúde é pra doença
Antagônica e relativa
Onde uma marca presença
A outra é fugitiva
Cada ser é obrigado
A estar sempre num estado
Onde uma ou outra é presente
Nos escritos destas folhas
Há uma entre duas escolhas
Ser sadio ou ser doente

Acarape, março/2003

4 comentários:

Anônimo disse...

Your are Nice. And so is your site! Maybe you need some more pictures. Will return in the near future.
»

Anônimo disse...

excelentes poesia (tudo que as pessoas deveriam saber sobre as plantas que curam) ja li muito sobre plantas, mas o barro e a urina me surpreendeu.ana maria

Anônimo disse...

Belissimo poema vou gaurdar para ler sempre que precisar.

seisouso disse...

Que belo trabalho! está de parabéns!
qto tempo levou pra fazer essa arte?